GERENCIEMANTO DE CRISE

GERENCIEMANTO DE CRISE

O GERENCIAMENTO DE CRISE

A doutrina do Gerenciamento de Crise é de origem americana. Criada pelo FBI, na Década de 80, é internacionalmente conhecida e adotada por todos os departamentos de policia, em nível mundial. De lá para cá a doutrina teve algumas atualizações após o atentado do 11 de Setembro, com relação a situações que envolvam casos de terrorismo. No Brasil, cabe as policias militares o Gerenciamento de Crises que envolvam situações com, ou sem reféns (casos de tentativas de suicídios, ou casos como o ocorrido no dia de ontem com o PM/BA), guardadas a devida competências do DPF, quando se tratar de sequestro de aeronaves. Uma das características indispensáveis abordadas pela doutrina é o estudo do perfil do causador da crise. Esta informação norteará o Gerente da Crise e o Negociador, na condução das negociações durante o desenrolar do Plano Específico. levar o perpetrador/vitima a exaustão é um papel preponderante do negociador, para com isso tentar alcançar uma resolução negociada, ou a rendição.

De acordo com a Doutrina nenhum dos Agentes que integram o teatro de operações tem autonomia para agir. Somente o Gerente da crise tem o comando e o controle do cenário. Nenhum agente tem autonomia, ou pode agir ou revidar disparos sem a autorização, ou comando do Gerente. Alguns departamento de policia dão esta autonomia somente para o Sniper, quando este perceber uma eminente ameaça contra o negociador, neste caso ele teria a autonomia de efetuar um disparo, para protegê-lo. Mesmo o negociador não tem poder de mando, ou autonomia de ação. Quando isso acontece, a crise foge do controle e da boa condução, para uma Resolução aceitável.

Temos exemplos claros disso. Casos como a Linha 174, no RJ e Ana Caringe em SP. O que vimos no dia de ontem(28/03) foi uma clara ação de eliminar uma ameaça, após um disparo. Este ato é perfeitamente aceitável, quando se trata de confronto declarado contra criminosos, mas que deve ter sua reavaliação feita, quando se trata de tentativas de suicídios ou casos envolvendo crises com as características do fato que ficará conhecido como o Caso do PM do Farol da Barra. Revidar a agressão sem a determinação do comando é um clara demonstração de uma autonomia não existente ou não declarada. Foge aos parâmetros doutrinários da busca de resultados aceitáveis.

O caso envolvendo o Sd PM Wesley Soares, juntamente com o caso Eloá/SP, assim como os citados anteriormente - todos com repercussão internacional -  entraram no rol de Crises a serem estudadas, para o que a Doutrina chama de Estudo de Casos. Infelizmente na história mundial ocorrem fatos bem e mal sucedidos, onde alguns servem como exemplos a serem seguidos e outros, de como não fazer.

Marcos Vinicius Souza de Souza

Policial Civil/RS Instrutor de Operações Especiais Policiais e Tiro Tático Policial

Autor dos Livros: Manual de Técnicas e Procedimentos Policiais e CQB CTTE



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