A FARRA DOS CURSOS DE APH TÁTICO NO BRASIL

A FARRA DOS CURSOS DE APH TÁTICO NO BRASIL

A FARRA dos Cursos de APH Tático no Brasil

 

 

Atualmente no mercado brasileiro surgiu o que denomino de “FARRA dos Cursos de APH Tático”. Semanalmente encontramos nas redes sociais “folders” anunciando cursos de APH Tático, alguns anunciantes chegam a usar de sensacionalismo para oferecer seus produtos, com os termos mais esdrúxulos possíveis. Até ai pode ser estratégia de marketing, mas quando passamos a verificar o conteúdo programático é de assustar. A começar pela nomenclatura empregada na descrição dos conteúdos. Quando passamos a assistir as imagens dos cursos, ai a coisa piora. Não se vê quase nada de APH Tático. O que se vê é somente algumas formas inadequadas de Extração da Vitima, a qual alguns destes cursos de forma atrasada tratam como “Extricação”, termo em desuso no APH Tático, oriundo lá do básico do resgate e APH Convencional. Muita suga e nada de técnica. Não vemos nestes cursos - se quer - uma aplicação de bandagem israelense (hemostática), ou abordagem sobre contenção de hemorragia, com aplicação de torniquete ou “Combat Gauze” - temas que são a alma (fundamentais) do APH Tático. De Protocolos Internacionais “bulhufas”, tais como: TECC, TCCC (TC3), M.A.R.C.H, THREAT, SAMPLE, STAR (acrômios) etc… Acredito que alguns não conhecem nem as siglas, quanto mais seu significado, conteúdo ou finalidade. Quando passamos a analisar o currículo dos instrutores, ai a coisa fica pior. Percebe-se que suas qualificações não passam nem perto das ideais, ou necessárias para ministrar um curso de qualidade, pois são profissionais que não dominam o APH Tático, talvez o APH Convencional, mas não é o suficiente. O que mais impressiona são as pessoas que buscam este tipo de produto, ministrado por profissionais sem o conhecimento necessário para realizar um curso de qualidade. Não os culpo, pois para quem conhece pouco ou quase nada do tema, qualquer coisa que lhe for ensinado, este o levará a cabo como verdade, até que perceba na cilada em que caiu. A culpa é de quem se mete de “pato a ganso”. No Brasil existem empresas serias, com instrutores com excelentes conhecimentos que anunciam e ministram estes cursos. Poderia citar aqui mais de cinco nomes, mas não o farei para não melindrar ninguém. Buscar cursos de qualidade é obrigação de quem os procura. Primeiramente avaliar os currículos de seus instrutores. Não basta ter um titulo de profissional ativo, da reserva (síndrome da farda ou do macacão) ou aposentado, o que realmente importa são suas especializações na área. Procure saber se o curso tem em seu corpo docente, no mínimo, profissionais especializados na área tática e na área da Saúde. Ambos devem ter conhecimentos específicos tanto na área da saúde, quanto na área operacional, isso lhe dará segurança de que estará comprando um curso de qualidade. Não se deixe enganar, pois o mercado esta cheio de espertos e pessoas que se preocupam apenas em vender cursos e não se interessam em saber se o aluno vai aprender ou não, pois o que importa são os ganhos.  

 

Autor: Marcos Vinicius Souza de Souza – Especialista, Diretor CTTE e PC/RS



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